Alesc investe na conservação de suas obras de arte
A Assembleia Legislativa de Santa Catarina possui um rico patrimônio cultural. São cerca de 450 obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, desenhos e fotografias de renomados artistas estrangeiros e brasileiros, entre eles muitos catarinenses.
A Assembleia Legislativa de Santa Catarina possui um rico patrimônio cultural. São cerca de 450 obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, desenhos e fotografias de renomados artistas estrangeiros e brasileiros, entre eles muitos catarinenses.
Ao passear pelos corredores do Palácio Barriga Verde e pelos gabinetes dos deputados estaduais, é possível se deparar com o trabalho do pintor catarinense Martinho de Haro "Cais Beira Mar", com "O Naufrágio", do também catarinense Eduardo Dias, e "A Conquista", do espanhol Antonio Mir. Na sala da presidência está uma das principais e também mais antigas obras de arte do acervo do parlamento catarinense. O quadro "A Constituinte de 1891", pintado por Galdino Guttmann Bicho, em 1920. O acervo conta ainda com trabalhos de outros artistas renomados, como Willy Zumblick, Ernesto Meyer Filho, Rodrigo de Haro e Malinverni Filho.
Visando preservar e valorizar este patrimônio artístico-cultural que pertence à sociedade catarinense, tendo como responsável por seus cuidados o Poder Legislativo, a Gerência Cultural da Assembleia Legislativa realizou, nesta última semana, um curso de conservação de obras de arte. A capacitação foi promovida pela Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira, com a participação de servidores da Casa e do Tribunal de Contas do Estado.
A gerente cultural da Alesc, Any Santos, explicou que o investimento feito no curso vai proporcionar economia para o parlamento catarinense. "O fato de a Assembleia Legislativa preservar o acervo evita que lá na frente tenha que fazer uma intervenção maior nessas obras, como um processo de restauro, que é de alto custo e depende do trabalho de um profissional especializado".
O curso foi ministrado pela restauradora da Fundação Catarinense de Cultura, Márcia Escorteganha. Servidora do Museu Histórico de Santa Catarina no Palácio Cruz e Sousa, Márcia é graduada em artes plásticas e arquitetura. Tem mestrado e doutorado em Arquitetura e Urbanismo por universidades no Brasil, França e Itália. "Se propor a ofertar um curso de conservação de obras de artes, como fez a Assembleia Legislativa, demonstra respeito à obra, ao artista e à valorização de um patrimônio, que é muito rico".
Capacitação
O curso teve duração de 40 horas. Nesse período, os servidores puderam aprender sobre o processo de manutenção de uma obra artística, focado principalmente na conservação do patrimônio. A atividade consiste em duas etapas: conservação preventiva e conservação curativa.
A conservação preventiva se ocupa do ambiente e condições externas à obra, como temperatura, umidade e controle de agentes biológicos que possam deteriorar a obra. Nesta etapa avalia-se o uso do ar condicionado, a circulação de ar do ambiente, o tipo de iluminação colocada sobre as obras e a análise da presença de fungos, cupins, traças e outros insetos. Já a conservação curativa é uma etapa que fica no limite entre a conservação e a restauração. Demanda alguma intervenção na obra de arte, mas sem alterar as características de sua superfície artística.
Na opinião de Victor Melo, servidor da Gerência Cultural da Alesc, "ao ter o contato com um profissional, mostrando a importância do trabalho de conservação do acervo, e conhecer mais a fundo cada um dos artistas dessas obras, acabamos dando mais valor ao nosso trabalho".
Já Lucas Guimarães, servidor do Tribunal de Contas do Estado, espera logo colocar em prática o que aprendeu. Ele cita como patrimônio cultural do órgão a galeria dos presidentes do TCE, exposta na entrada da sede, em Florianópolis, onde ficam os quadros com o retrato de todos os presidentes que passaram pelo Tribunal. "Acredito que saio deste curso com uma outra visão e um outro cuidado. Com certeza, as obras do TCE vão estar em boas mãos a partir de agora".
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